O tédio é uma espécie de náusea da alma.

Oi eu estava entediado então resolvi fazer isso aqui sobre alguns pensadores que falaram sobre o tédio, enquanto eu escrevia tudo isso eu estava ouvindo musica e vou colocar o link do mix que eu tava ouvindo e o embedded code da música que eu to ouvindo escrevendo isso aqui agora antes do texto, fiz o texto antes disso aqui mó chave como eu posso manipular a ordem das coisas. Sou praticamente um ditador do site aqui HAHAHAHAHAHAHHAHAHHAHA

Mix ouve isso lendo.

Tédio: Primeiro passo para uma vida Autêntica.

Eu to entediado, muitos filósofos falaram sobre isso como Fernando Pessoa, Albert Camus, Martin Heidegger e Soren Kierkegaard todos eles já falaram sobre o tédio e como ele vem no momento em que percebemos que estamos sem um propósito definido na vida. O tédio é mais do que um simples estado de aborrecimento passageiro, ele é um estado emocional que é caracterizado pela sensação de aborrecimento, falta de interesse e cansaço mental, geralmente associado à falta de estímulos significativos ou seja falta de estímulos que geram dopamina. Ele pode ser percebido como um desconforto cognitivo e afetivo, que pode surgir quando a pessoa se sente sem nada para fazer e o cérebro vai na busca de estímulos para lidar com essa sensação.

Ao longo da história do pensamento, diversos filósofos refletiram sobre o tédio como um sintoma de consciência, do vazio, da liberdade e da angústia. Abordarei o tédio sob a ótica de quatro pensadores fundamentais: Fernando Pessoa, Albert Camus, Martin Heidegger e Soren Kierkegaard. Cada um deles com sua abordagem distinta convergem em um mesmo ponto, o tédio não é apenas ausência de estímulo, mas também uma presença de inquietação ontológica ou seja a sensação de insegurança ou desconforto em relação a própria existência.

Fernando Pessoa apresenta o tédio como um estado de hipersensibilidade da alma diante da insignificância do real. Em seus poemas e textos, o tédio aparece como uma melancolia metafísica, como uma espécie de incapacidade para encontrar sentido duradouro nas experiências do dia-a-dia. Para Pessoa, o tédio não é apenas falta do que fazer, mas sim a falta de propósito para fazer algo. É como se fosse uma doença que se manifesta na forma de uma angústia interna, sensação de vazio e um desespero avassalador. Ele argumenta que o tédio surge no momento em que nos vemos vazios, quando não encontramos um sentido para nossa existência, ações e emoções, como se a vida fosse vazia de cor e significado, o tédio é recorrente em suas obras especialmente no Livro do Desassossego. Para Pessoa, o tédio está relacionado à experiência da modernidade, uma sensação de alienação e de desarticulação que a pessoa se sente em um mundo de constantes mudanças e consequentemente sem um propósito maior. O tédio então é como uma náusea da alma sensível.

Soren Kierkegaard, pai do existencialismo cristão, compreende o tédio como uma forma de desespero existencial, argumenta que é um estado existencial complexo, não apenas um simples sentimento de aborrecimento ou desinteresse. Ele é uma forma de angústia que se manifesta quando a pessoa em questão compreende que a vida dela possa ter a possibilidade de ser sem sentido, propósito ou direção, ou seja para Kierkegaard o tédio não é um sentimento passageiro, mas sim uma manifestação da insatisfação com a própria existência. Em sua obra "Ou/Ou", ele escreve que o tédio é a raiz de todo mal e define ele como "o vazio que aspira ao conteúdo". O ser humano no momento que ele é confrontado com a possiblidade radical de liberdade e livre arbitrío, frequentemente se mergulha ao tédio por medo de se responsabilizar pelas consequências de suas ações da própria existência. Embora possa parecer um estado negativo, ele também pode ser um chamado para ação, reflexão e busca de um significado maior. Para Kierkegaard, o tédio, é um sintoma da alma que recusa o salto de fé e permanece inerte em um existência estática, superficial, dispersa, repetitiva. Nesse contexto o tédio surge pelo peso de não assumir responsabilidade pela sua existência. O tédio se percebe como o desespero da liberdade.

Martin Heidegger (nazista viado), em seu livro Os Conceitos Fundamentais da Metafísica, faz uma análise fenomenológica do tédio, especialmente um grande tédio, o tédio é uma tonalidade afetiva fundamental, um Grundstimmung (humor básico) do Dasein (Ser-ai). Revela a nós uma forma de estar no mundo que foge da autenticidade. É um estado de espiríto que surge quando nos sentimos vazios e sem um sentido claro para nossa existência. Para ele, há um tipo de tédio que não é simplesmente psicológico, mas ontológico, o tédio seria um dos fatores esssenciais que desvela a estrutura do ser-no-mundo. Para Heidegger o tédio é a forma como o ser-ai se encosntra consigo mesmo e com o mundo, uma sensação que nos faz pereber a própria finitude e a relação com o nada. Surge quando nos afastamos da autenticidade, quando estamos sem ação perante ao mundo e os outros, em vez de confrotar a finitude e responsabilidade sem um propósito ou sentido claro. Nesse estado então o mundo perde todo significado e utilidade, as coisas perdem o sentido e param de se comunicar com o "eu", e, é justamente nessa isenção do sentido que possibilita a abertura radical para o questionamento do ser. Heidegger afirma então que o tédio é uma espécie de "espera vazia" onde o tempo e a totalidade do mundo não importa, oque permite a pergunta "porque há o ser e não antes o nada?", para ele, sentir o tédio é uma forma de sentir esse nada, de perceber a ausência de um sentido pré-definido para nossa existência. Nisso que nossa liberdade se manifesta e a possibilidade de escolher nosso próprio caminho surge. O tédio é como revelar-se a si mesmo.

Albert Camus, em sua filosfia do absurdo, reconhece o tédio como um sintoma da quebra da relação entre o homem e o mundo, é um sentimento central que se manifesta quando o indivíduo confronta a ausência de sentido na existência, o absurdo. É uma das consequências da busca humana por significado e propósito em um universo que não oferece respostas definitivas. O tédio, portanto, não é apenas um estado emocional ou de espiríto, mas sim uma experiência fundamental do que é ser humano, pode levar a revolta, ou, como no livro O Estrangeiro, a uma aparente indiferença (apatia). Em obras como O Mito de Sísifo, ele mostra que o ser humano vive em busca de sentido, mas o universo permanece indiferente, Camus argumenta que o tédio é uma reação ao absurdo, à falta de significado intrínseco da vida. O indivíduo, buscando por ordem e propósito em um mundo caótico, se vê confrontado com inutilidade de suas buscas, gerando um sentimento de tédio. Nesse confronto, surge o absurdo e o tédio é uma de suas manifestações, o mundo cotidiano, com suas repetições, se torna massante e insuportável quando é perdido o "brilho automático". O tédio, então, é o pressentimento do absurdo, o sentimento de que o tempo passa, mas nada essencial se reforma de forma significativa. Com tudo em alguns casos o tédio pode ser uma ferramenta para a busca mais profunda de liberdade e para a revolta contra o absurdo. Camus propõe uma revolta consciente contra o absurdo. Ele defende que, ao reconhecer a absurdidade da vida, o indivíduo pode optar por se rebelar contra a condição, assumindo postura de liberdade e autenticidade, o tédio não precisa levar ao niilismo ou à fuga. Pode, ao contrário, impulsionar uma aceitação trágica da vida como ela é, oque ele chama de "lucidez feliz". O tédio precede o absurdo.

Em suma o Tédio para essas quatro perspectivas filosóficas é uma porta de entrada para o reconhecimento existencial e questões sobre: o sentido, a liberdade, oque é ser e o absurdo? Seja angústia, desespero, revelação ou prenúncio do vazio, o tédio nos força a confrontar oque preferimos evitar. Não é um simples estado de aborrecimento ou desoscupação, mas sim um fenômeno existencial profundo, que revela a fragilidade de nossa relação com o a vida. Cada autor assume uma tonalidade distinta, o tédio então surge como espelho da condição humana, ele nos obriga a encarar os demônios de nossas mentes. Embora muitas vezes vivido como sofrimento e dor, ele pode ser um ponto de partida para reconhecimento pessoal, criação do próprio sentido e construção de uma vida mais autêntica, passa a ser visto além de uma sensação de incômodo mas como oportunidade para autoconhecimento e transformação. O tédio nos confronta, mas também nos desperta.