Nem sei oque escrever aqui to vendo um vídeo sobre um mangá chamado Blame! o negócio é total cyberpunk a foto atrás é do manga. Vo colocar o video ai embaixo:
Caralho mó sono, achei muito foda esse mangá eita porra, bagulho é a humanidade em forma mais pura e olha que eles são trans-humanos.
Hoje nem escrevi tanto assim meu deus, não aconteceu quase nada na parte da manhã espero que aconteça coisas de tarde. Ontem trombei minha amada mas será que ela me ama? Bom, ela vem fazendo mais questão de mim esses dias me sinto querido eu gosto disso.
To vendo esse video aqui agora:
Vou colocar umas imagens daquele mangá que eu comentei a Cali gostaria dele, principalmente a estética cyberpunk.
Puta que pariu muito foda essa estética dessa porra, vou colocar o enredo direto da net aqui só pra você ter um norte sobre oque é essa parada: Em um futuro distópico no qual a humanidade, já quase completamente dizimada, tenta sobreviver como ratos, caçados por maquinas e confinados em uma megaestrutura, enquanto Killy, um misterioso aventureiro, vaga pela megaestrutura repleta de corredores, escadarias e cavernas; atravessando verticalmente milhares de níveis em uma cidade que não para de crescer para todas as direções. A personagem passa seus dias lutando para sobreviver, enfrentando ciborgues assassinos, seres sintéticos e monstros mutantes, enquanto busca pelo gene terminal de rede, um código identificador capaz de devolver o controle da cidade autônoma para os humanos, predados pelos agentes da grande rede, "Netsphere".
Análise do CyberPunk utilizando como ref. Blame!, CyberPunk 2077 e EdgeRunners
Acredito que esse gênero do CyberPunk é muito rico em cultura e estética, é algo realmente único que mostra um futuro distópico onde o consumismo e as corporações fazem parte intrinsica da vida humana, um momento que, o corpo humano é lotado de implantes e softwares de big techs, oque define muito bem o gênero cyberpunk é "high-tech, low-life" oque significa basicamente que um avanço exponencial da tecnologia impressionante convive com a decadencia da realidade social, ou seja, a tecnologia não é libertadora ela é muitas vezes opressora, uma vez que, é controlada por megacorporações, governos e inteligências artificiais.
O cyberpunk mostra uma sociedade dominada por corporações (no caso de EdgeRunners e CyberPunk 2077 a Arasaka), onde o acesso à tecnologia pode melhorar vidas, mas, custa caro apenas as pessoas elitizadas podem adquirir tecnologia de ponta, digamos que a tecnologia custa caro em termos físicos, psicológicos e morais. A cyberpsicose (termo criado na série para pessoas que estão perdidas na psicose que vem com o abuso de substâncias e implantes mecânicos) é uma crítica direta à desumanização causada pela fusão homem-máquina.
Em Blame! a tecnologia foge completamente do controle humano. A "Cidade" é um ambiente inóspito, infinito e automatizado, onde a humanidade se tornou irrelevante ou exterminável. O protagonista, Killy, busca o "Gene Modem" que seria o gene humano que consegue acessar as redes ou o "netsphere" simbolizando a busca por reconexão com o controle humano perdido.
O jogo CyberPunk te mergulha num cenário extremo de desigualdade social, implantes cibernéticos e etc. Tudo acessível, mas ao custo de uma alma ou da sua sanidade, o jogo te questiona: até que ponto você troca sua humanidade por poder?
O cyberpunk frequentemente questiona oque é ser humano em um mundo onde corpos podem ser modificados, mentes digitalizadas e consciências transferidas.
Em EdgeRunners o protagonista David é um exemplo trágico: ele começa como estudante promissor, mas sua imersão no submundo dos edgerunners e seu corpo cada vez mais modificado o levam à ruína. A ideia de perder a cabeça literalmente e figurativamente ao ultrapassar limites humanos está no centro da narrativa.
Em Blame! os humanos quase não têm mais lugar. Figuras como Killy e Cibo são quase pós-humanos organismos com corpos sintéticos ou híbridos. A identidade é fluida, o corpo é uma ferramenta, e o que resta de humanidade está preso em dados e memórias.
Em Cyberpunk 2077 sua mente é invadida por Johnny Silverhand e ele vive como um constructo de V um tema clássico do pós-humanismo, a questão "quem sou eu?" é recorrente.
A estética cyberpunk é marcada por cidades gigantes, superpopuladas, verticais, iluminadas por neon, mas sujas, caóticas e opressoras.
Night City a cidade que ambienta o jogo e o anime de Cyberpunk é uma cidade com inspirações em metrópoles como Tóquio, Hong Kong, Los Angeles e São Paulo. Ao mesmo tempo que é vislumbrante e vibrante, ela é decadente. Uma favela vertical, onde o luxo e a miséria coexistem lado a lado. Onde o rico tem o conforto e uma vida digna e onde o pobre tem que se matar para poder fazer as contas baterem no final do dia.
Em Blame! a cidade não é apenas um cenário, é personagem. Sua escala é inconcebível. Arquitetura infinita, fria, hostil, sem explicação. Uma distopia onde a cidade cresceu sozinha, como um organismo vivo, alimentado por robôs e IAs. É o extremo da perda de controle urbano.
O cyberpunk usa a tecnologia como alienação tendo em vista que em algum momento é prometido para as pessoas de todas as classes tecnologia de ponta a todos, tendo em vista a tecnologia como um ponto de libertação e indepedência. Essa promessa nunca se cumpre, ela se torna um meio de controle, vigilância e dependência.
Os aprimoramentos tecnologicos físicos em EdgeRunners levam à loucura. Ela está a serviço das corporações e do crime, os usuários são meramentes descartáveis. Em algum momento como em Blame! a tecnologia passa a operar por conta própria sem intervenção de humanos. Ainda em Blame! as máquinas matam qualquer humano que não tenha o "gene Modem". A rede foi completamente fechada. A alienação aqui é total: humanos são lendas em sua própria criação. O gênero cyberpunk insinua que a própria "morte da morte" é explorada como mercadoria. A tecnologia oferece imortabilidade (para os ricos) e pirsão de consciência (para os pobres), a partir do momento em que podemos fazer implantes cibernéticos para trabalho, combate e sobrevivência, estamos deixando de lado parte de nossa humanidade e caminhando para um futuro distópico onde não saberemos oque é máquina e oque é real.
Tudo é visualmente estimulante, mas emocionalmente estéril, é apenas uma farsa para te vender o sentimento da dopamina, para te controlar de algum jeito, um local onde há entrenimento abundante, mas nenhuma conexão humana verdadeira, o consumo constante apenas mostra o porque da infelicidade humana, não é a falta de produtos mas sim a falta de sentido. Em Cyberpunk 2077 por exemplo Night City te oferece drogas, implantes, sexo virtual, armas, status mas nada que preencha o vazio existencial, faz refletir sobre a sociedade atual com o aumento exponencial das tecnologias desenvolvidas, onde as pessoas não consomem apenas um produto, como vídeos, redes sociais e etc. Mas sim uma identidade sob demanda tendo em vista que as pessoas na Internet são artificiais.
Outro ponto bem apontado no genêro Cyberpunk é que o capitalismo avançado não quer que você viva bem, ele quer que você nunca esteja satisfeito. Onde implantes que quebram precisam ser trocados ou atualizados (como pessoas que trocam de celular todo ano), o corpo e a mente devem se adaptar para se manter relevante e produtiva, onde até a consciência é mercadoria: celebridades digitalizadas, memórias vendidas e personalidades transferíveis (tipo influencers). Esse ciclo capitalista gera uma existência precária, onde ninguém é "bom o suficiente" se não estiver atualizado.
Bom a alienação, no sentido marxista, é a perda de conexão entre o trabalhador e o que ele produz, entre o ser o humano e sua essência. No cyberpunk: -As pessoas trabalham, vivem e morrem pelas corporações; -Os corpos são modificados para funções específicas por necessidade não vontade; -As relações humanas não são verdadeiras.
Talvez o aspecto mais trágico do cyberpunk seja que não há para onde ir. Religião, filosofia, natureza tudo se perdeu no tempo. A morte não é libertação, é um dado que pode ser armazenado. A alma, se existe, é só mais uma linha de código. Essa falta de transcendência cria um universo onde os personagens vivem em ciclos de dor, violência e consumo. O prazer é superficial, o sucesso é temporário e a esperança é quase um erro de programação.
O cyberpunk não crítica a tecnologia em si, mas como a sociedade a integra: como ela transforma tudo em produto, inclusive os corpos, as emoções, a identidade e a alma. O questionamento que fica é: vale a pena viver num mundo onde tudo é possível tecnologicamente, mas nada é realmente verdadeiro?